Hoje, enquanto tristemente voltava à minha rotina, ouvi uma música que me lembrou quem eu queria esquecer. E nesse momento percebi o quanto me tinha enganado este tempo todo. A tua existência estava longe de me passar ao lado. E o sentimento, o tal sentimento, ainda lá estava. Compreendi que não te apagaria facilmente só por querer. Sim, querer era importante mas não chegava. E aquela musica interminável continuava a alto e bom som. “Flashbacks” passavam constante e incessantemente pela minha frente. Como a fita de um filme a preto e branco em “slow motion” que parece não ter fim. A melancolia apoderava-se de mim de uma maneira surpreendente. Um sorriso amargo e triste. A alegria de, apesar de tudo, ter vivido aqueles momentos contigo. A tristeza da certeza de ter chegado irremediavelmente ao fim.
Por isso te estou a escrever. Não para tu leres, sei que muito provavelmente estas palavras nunca chegarão a ti. Mas sim porque foi a forma que encontrei para aos poucos me libertar de ti e do que foste para mim. Tirar o teu perfume que às vezes ainda sinto no meu quarto. A tua imagem minuciosamente perfeita que surge de cada vez que fecho os olhos.
Escrevo para lavar a minha alma de todas essas memórias que ainda insistentemente me assombram.

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