Hoje acordei e pela primeira vez em muitos dias senti-me em paz.
Sorri quando assomei à janela e os primeiros raios de sol da manhã beijaram docemente a minha face. Soube que melhores dias estariam guardados para mim e que a tempestade começava a passar. Não, ainda não te esqueci. E sim, ainda te amo do mesmo jeito irritantemente imenso. Mas aprendi a lidar com a tua ausência. Aprendi que ninguém deixa de viver por falta de outra pessoa, mas sim que os seus dias se tornam menos luminosos. E os meus começam a ser penetrados timidamente pelos primeiros raios de sol (outras vezes de luar). Alguns dias ainda são de chuva mas tornam-se cada vez mais raros. A tristeza, desilusão deram lugar à paz e tranquilidade. Não penses que foi fácil. Que um dia acordei e decidi tomar toda essa atitude. Não. Foi um processo lento e que está longe de chegar ao fim. Tirar alguém como tu da nossa vida não acontece de um dia para o outro nem por simplesmente querermos. E se eu te disser que ainda choro de cada vez que encaro com alguma foto? De cada vez que oiço uma musica que me lembra de ti? Se te disser também que me falta a coragem para tirar o anel que nos unia, símbolo de compromisso?
Vai demorar até cada pedaço meu estar reparado. Mas aprendi a lidar com a ausência, até porque a pessoa por quem me apaixonei já partiu à muito deixando outra no seu lugar. Quem sabe se não a volto a encontrar um dia, num outro lugar e numa outra ocasião…. e aí talvez…
Mas agora, neste momento, sei sobretudo que não poderia ter sido de outra forma a não ser desta.

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